quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Liberação de vacina infantil enfurece Bolsonaro



Bolsonaro ficou transtornado ao receber a confirmação de que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária anunciaria a aprovação do uso da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos. O presidente já estava aborrecido com o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres. O aborrecimento evoluiu para a fúria.

Em público, Bolsonaro já havia se referido à Anvisa de forma desairosa ao chamar de "coleira" o passaporte vacinal que a agência recomendou que fosse exigido dos viajantes que chegam ao Brasil. Entre quatro paredes, o presidente declarou que, se pudesse atrasar o relógio, não teria indicado Barra Torres para comandar a Anvisa.

A perspectiva de aprovação da versão infantil da vacina da Pfizer levou-o a se referir a Barra Torres com expressões de calão rasteiro. Os palavrões pronunciados em privado soaram como um prenúncio das barbaridades que Bolsonaro dirá sob refletores sobre a vacinação de crianças.

Num instante em que o governo torce o nariz para a necessidade de editar nova portaria com as normas sobre o comprovante de vacinação dos viajantes, o presidente trama sua nova investida antissanitária. Disse que exigirá do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que realce os "efeitos colaterais" da vacina infantil.

A implicância de Bolsonaro com vacinas deixou de ser teimosia. É sabotagem.

Bolsonaro dá ripada no Estado para acudir Hang



Na hora do aperto, a tendência do ser humano é a de procurar a sua turma. Foi o que fez o dono da Havan, Luciano Hang, quando uma equipe do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan, interditou a construção de uma de suas lojas na cidade gaúcha de Rio Grande, em dezembro de 2019. Alegou-se que havia no local material de interesse arqueológico. O empresário tocou o telefone para o amigo presidente. E Bolsonaro reagiu à moda Bolsonaro.

"Ripei todo mundo" no Iphan, contou o capitão num encontro com empresários, na Fiesp. A plateia caiu na gargalhada. E aplaudiu. Os dicionários trazem muitos significados para o verbo ripar. Entre eles "espancar", "ofender", "humilhar", "aviltar". Foi exatamente o que fez Bolsonaro. Espancou a autoridade do Iphan. Ofendeu o interesse público. Aviltou os mais elementares princípios republicanos.

"O Iphan não dá mais dor de cabeça para a gente", disse Bolsonaro aos empresários, com o sentimento de dever cumprido. Voltando-se para o ministro Ciro Nogueira, da Casa Civil, o presidente piorou o soneto com uma emenda inusitada:

"Quando eu ripei o cara do Iphan o que teve... —me desculpa aqui prezado Ciro— o que teve de político querendo uma indicação não estava no gibi. Daí eu vi realmente o que pode fazer o Iphan, tem um poder de barganha extraordinário. Vocês sabem o que acontece!"

Bolsonaro insinuou que servidores do Iphan criam dificuldades para vender facilidades. A insinuação vira aleivosia quando chega desacompanhada de nomes e CPFs. Transforma-se em prevaricação quando o orador deixa de mencionar as providências que adotou para punir os funcionários indignos.

Deve-se lamentar, de resto, que Bolsonaro não tenha esboçado essa tipo de preocupação quando entregou o orçamento secreto, a Casa Civil, a Secretaria de Governo e vários cofres de segundo escalão ao centrão. Ou quando contraiu matrimônio com o partido do ex-preso do mensalão Valdemar Costa Neto.

O contrário do antibolsonarismo primário é um pro-bolsonarismo inocente, que aceita todas as presunções de Bolsonaro a seu próprio respeito. O capitão já afirmou certa vez: "Eu sou a Constituição". Alguém que diz algo assim imagina que é o próprio Estado.

Não é a hipocrisia do presidente patriota que espanta. O que assusta mesmo é a sensação de que Bolsonaro não está sendo cínico. Ele acredita mesmo que a sua missão especial no mundo da Terra plana lhe dá o direito de tratar a coisa pública como se fosse coisa sua. Ou dos seus amigos. Ou dos seus filhos.

Por Josias de Souza

sábado, 31 de julho de 2021

Bolsonaro insulta o Brasil (Editorial do Estadão)



O presidente Jair Bolsonaro insultou o Brasil inteiro ao mobilizar as atenções do País para o espetáculo imoral e degradante que protagonizou na noite de quinta-feira. Usando recursos públicos, com transmissão pela TV Brasil e pelas redes oficiais da Presidência, desde o Palácio da Alvorada, residência oficial, e ao lado do ministro da Justiça, Anderson Torres, Bolsonaro disseminou mentiras escandalosas para minar a confiabilidade do sistema de votação brasileiro. Foi um ataque direto e inequívoco à democracia. (...)

quinta-feira, 22 de julho de 2021

O roteirista bêbado



O enredo do governo do presidente Bolsonaro parece ter sido escrito por um roteirista bêbado que, farto de ganhar a vida com trabalhos medíocres, resolveu, no meio do caminho, ter um ataque de sincericídio e reescrever a história como ela é, e não como a encomendaram. (...)

Centrão dá golpe nos generais, assume governo e decidirá destino do "Mito"



Jair Bolsonaro arrendou o governo para o PP na esperança de continuar ao menos como síndico incompetente do edifício. Em vez de apostar no "esquema militar" de Braga Netto, vociferando ameaças golpistas, preferiu o esquema de Arthur Lira e Ciro Nogueira, numa costura feita por Fábio Faria, o crescentemente ambicioso ministro das Comunicações. Bolsonaro está de olho na reeleição? O presidente, por ora, fez um seguro para não cair. O governo acabou. Começou a gestão Ciro Nogueira-Arthur Lira. Ah, sim: como se nota, não vai mesmo ter golpe. Diria até que o centrão golpeou os generais... 
(...)

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Bom Dia, Coreia do Norte: A TV Brasil nas mãos do bolsonarismo



A TV Brasil foi criada com a promessa de se tornar uma BBC brasileira. Nunca chegou perto disso — e agora virou um arremedo da emissora estatal da Coreia do Norte.

O canal prepara o lançamento de um telejornal só com “boas notícias”. O programa convidará o telespectador a passear num país imaginário, onde não existe fome, pandemia, inflação ou desemprego.

quinta-feira, 15 de julho de 2021

Exploração vil prova que bolsonarismo aposta na fraude. A qualquer custo!



Não se realizou a tal "reunião entre os Três Poderes", que estava prevista para hoje, conforme proposta absurda e sem sentido de Luiz Fux, presidente do Supremo. Segundo ele, seria para "fixar balizas sólidas para a democracia brasileira", como se estas já não estivessem devidamente fixadas. E todos sabem por que não aconteceu. E os eventos anteriores e posteriores à sua não realização evidenciam quão estúpida ela seria. (...)

terça-feira, 13 de julho de 2021

República de Rio das Pedras: Bolsonaro e a cultura das milícias


Jair Bolsonaro levou a cultura das milícias para o Planalto. Antes de chegar lá, o capitão já defendia a solução de conflitos no grito e nas armas. Eleito, transformou o autoritarismo e a truculência em modo de governar. (...)


quarta-feira, 7 de julho de 2021

Protestos legítimos, a seita PCO, os não esquerdistas e agentes infiltrados



As manifestações em favor do impeachment de Jair Bolsonaro — ou contra essa coisa que aí está e que se confunde, às vezes, com o governo — podem crescer ou começar a murchar. Depende de muita coisa. Em tese ao menos, se a economia melhora, cai o ânimo para a divergência. Mas só em tese. Até porque os benefícios da recuperação tardam a chegar. Uma coisa é certa e fatal: mobilizações dessa natureza não resistem a certos erros. (...)

terça-feira, 8 de junho de 2021

Crivella em embaixada seria do interesse de Macedo e Bolsonaro, não do país


Edir Macedo "abençoa" Bolsonaro, que, por seu turno, pretende nomear Crivella embaixador do Brasil na 
África do Sul, o que interessa à Universal, mas não ao Brasil Imagem: O Globo

A esculhambação a que o governo Bolsonaro submete as instituições é inédita. A possível indicação de Marcelo Crivella para embaixador do Brasil na África do Sul atende certamente aos interesses de Jair presidente e aos da Igreja Universal do Reino de Deus. E só. O Brasil não entra na conta.

A Universal não tem apenas uma emissora de televisão e um império econômico. Também é dona de um partido: o Republicanos, a que pertence Crivella, sobrinho de Edir Macedo. O ex-prefeito do Rio elevou a ruindade da gestão da cidade a um patamar inédito. Poderia, sim, em disputas futuras, eleger-se vereador, deputado estadual ou mesmo federal. Sua incompetência à frente da Prefeitura foi tão brutal que suas chances em disputas majoritárias se reduziram a zero.

De toda sorte, isso importa menos. Onde quer que esteja, qualquer que seja o cargo, sempre estará cumprindo uma missão: é um instrumento da Universal e das empresas a ela associadas. Já é um embaixador hoje — no caso, de Macedo.

O comando brasileiro da igreja em Angola foi banido, e os 354 templos que pertencem à denominação passaram para o controle de pastores e bispos angolanos. Os homens de Macedo no país são investigados por evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Os dissidentes, que hoje formam a maioria, afirmam que parte considerável do que a IURD arrecadava no país era desviada para Europa e África do Sul. O montante anual estimado é de US$ 80 milhões — mais ou menos R$ 400 milhões.

O comanda da Igreja em Angola se confundia com o da TV Record naquele país — no momento, a emissora está fechada. Os brasileiros são acusados ainda de práticas racistas e de impor a esterilização aos pastores. A IURD admite que estimula o que chama de "planejamento familiar" entre aqueles que integram seus quadros. Já houve acusação idêntica no Brasil.

A Universal diz estar presente em 134 países. Em seu site oficial, são listados 96. Quem comandou a expansão no continente africano foi justamente Crivella, que ficou baseado na África do Sul por pelo menos dez anos.

Viajava a outros países do continente para criar templos — inclusive a Angola. Segundo o site da igreja, são 24 no continente. Além dos dois citados, contam-se Burundi, Cabo Verde, Etiópia, Gâmbia, Gana, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Reunião (departamento francês), Lesoto, Malawi, Namíbia, Moçambique, Quênia, Ruanda, São Tomé, Serra Leoa, Reino de Essuatíni (antiga Suazilândia), Tanzânia, Togo, Uganda, Zâmbia e Zimbabwe.

Esse império está ameaçado. Há o risco evidente de que a "revolta angolana" se espalhe para outros países, uma vez que a disciplina imposta aos quadros da igreja é a mesma em qualquer canto. Mais: as acusações contra o antigo comando em Angola são graves: lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Segundo as investigações, a arrecadação em moeda local era trocada por dólar no mercado paralelo e enviada para outros países — inclusive o Brasil.

A prática da Universal mundo afora é se tornar amiga dos governos — convenham: no Brasil também, como deve se lembrar o PT antes da crise que resultou no impeachment da presidente Dilma. Evasão de divisas, no entanto, praticada por estrangeiros tende a inflamar as elites locais e as oposições — nos poucos países africanos da lista em que elas podem se manifestar livremente.

A Universal, diga-se, sempre viveu às mil maravilhas com o regime autoritário de José Agostinho dos Santos, que governou Angola entre 1979 e 2017. As coisas se complicaram um tanto a partir da posse de João Lourenço. O atual presidente admite que a corrupção é um dos problemas mais graves do país, e os órgãos de investigação têm agora mais liberdade para atuar.

No ano passado, no discurso de aniversário do MPLA -- único partido com chances de vencer a eleição --, Lourenço admitiu:
"O mérito do MPLA consiste no fato de, enquanto partido governante, ter orientado o Executivo a encetar esta cruzada de luta contra a corrupção, mesmo sabendo do presumível envolvimento de militantes e dirigentes seus nos mais diferentes escalões da hierarquia partidária".

MOBILIZAÇÃO DO GOVERNO
Bolsonaro, acreditem, enviou uma carta a Lourenço intercedendo em favor da Universal, como se os problemas de Edir Macedo fossem também os do Brasil. Que fique claro: um presidente fazer gestões para beneficiar uma empresa brasileira que atue no exterior -- desde que dentro dos limites da ética, com a devida transparência -- é parte do jogo. Os governos de EUA, França e Suécia, por exemplo, fizeram lobby para nos vender seus caças.

Pergunta-se no caso: qual é o ganho efetivo que obtê os brasileiros quando seu presidente se mobiliza em favor da igreja de Edir Macedo em Angola? A resposta óbvia é esta: nenhum! Se a pressão for bem-sucedida, os únicos a obter benefícios são o próprio Macedo e, claro!, Bolsonaro, que então conta com a simpatia do Republicanos — além, claro!, do olhar embevecido da TV Record.

DE VOLTA A CRIVELLA
A mobilização, no entanto, resultou até agora inútil. E Edir Macedo considera que tem faltado empenho do governo brasileiro na defesa de seu império na África. Então surgiu a solução imaginosa.

Por que não enviar uma cabeça coroada da igreja — sangue do sangue de Macedo — para a África do Sul como embaixador? O país é uma espécie de sede continental da Universal. É a partir dali que se gerenciam as centenas de templos no continente.

Crivella chegaria com as credenciais de chefão da Universal e de embaixador, o que certamente facilitaria o diálogo com o governo de Angola — e com os demais — sem ter de passar pelo Itamaraty e pelos corredores de Brasília. Também se pode acompanhar de perto eventuais instabilidades em outros países. Moçambique está muito longe de Angola na geografia, mas ambos estão unidos pelo idioma. Nesse outro país de língua portuguesa, contam-se mais de 200 templos. A revolta angolana não pode atravessar a fronteira.

Indicar Crivella para a embaixada do Brasil na África do Sul corresponde a usar o Estado brasileiro para atender a demandas privadas. Falta qualificação específica a esse senhor para exercer o cargo — sem contar, não custa lembrar, que é investigado no Brasil.

O ex-prefeito, se indicado, terá de ser sabatinado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Senado. Ainda que venha a ser reprovado nesse colegiado, seu nome tem de ser submetido ao plenário em votação secreta. A aprovação se dá por maioria simples — vale dizer, a maioria dos votos desde que presentes ao menos 41 senadores. A aberração, como se nota, está longe de ser impossível.

A ver. Que eu me lembre, seria o primeiro brasileiro investigado por corrupção em solo nativo a ganhar o estatuto de embaixador.

Quem disse que o governo Bolsonaro não inova?

Por Reinaldo Azevedo

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Esquerda vai às ruas para mostrar que a insanidade não tem uma ideologia



O Brasil vive dias fascinantes. Com os contágios e as internações novamente em alta, o país assiste a uma divisão dos epidemiologistas em dois grupos. Uma ala acredita que a terceira onda da pandemia está prestes a chegar. Outra banda sustenta que nova onda já chegou.

Nesse ambiente infeccioso, a esquerda lulista decidiu combater as aglomerações de Bolsonaro promovendo os seus próprios ajuntamentos. Repetindo: a esquerda responderá à estupidez da direita provando que também sabe ser estúpida.

Covid-19 dispara. Fale-nos, presidente imbrochável, incomível e imprestável



E se a gente cobrasse uma resposta de Jair Bolsonaro, este que tem fama de presidente da República? O que lhes parece? Já digo por que escrevo isso.

Dezessete Estados e o Distrito Federal têm ocupação de 80% ou mais em seus leitos de UTI para Covid-19, informa o Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz que foi divulgado nesta quarta. Nove capitais estão com 90% ou mais: Rio, Curitiba, Recife, São Luís, Natal, Maceió, Aracaju, Campo Grande e Palmas. (...)

quinta-feira, 20 de maio de 2021

General vira recruta na CPI



A CPI em curso poderia ter acabado ontem, quarta-feira (19), mas já teria cumprido algum papel. Uma exceção. Primeiro porque CPIs em geral não dão em nada. Ninguém apostas as fichas que suas conclusões, por si só, levem à derrubada de Jair Bolsonaro, “eleito” com o apoio da maioria das bancadas do Congresso e lideranças de bastidores que hoje posam de arrependidas. Vide FHC e João Doria, para não citar outras tantas. (...)

Meio Ambiente - Investigação começou nos EUA; "Ibama" de lá deu aula ao de cá



A investigação contra Ricardo Salles e a cúpula do Meio Ambiente nasceu com a apreensão, no Porto de Savannah, na Georgia, nos EUA, de três cargas de produtos florestais oriundos do Brasil sem a devida documentação. Quem interceptou o material ilegal foi o Ibama de lá: o Serviço de Pesca e Vida Selvagem. Os dados foram enviados ao adido do órgão na embaixada dos EUA no Brasil, Bryan Landry.

Este, por sua vez, encontrou-se com o presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, para tratar da apreensão dos carregamentos. Transcrevo, abaixo, relato da Polícia Federal:
Em 21/02/2020 (...), Bryan Landry e outros funcionários da Embaixada Americana em Brasília/DF realizaram reunião com Eduardo Fortunato Bim (Presidente do IBAMA), Raquel Taitson Queiroz Bevilaqua (Chefe da Divisão de Assuntos Internacionais) e João Pessoa Riograndense Moreira Junior (à época Coordenador-geral).

Na ocasião, o Bryan Landry explicou como funcionaria o Lacey Act, que estabelece uma série de condicionantes para a entrada de madeira estrangeira nos Estados Unidos e proíbe todo e qualquer comércio de plantas e produtos vegetais, inclusive móveis, papel e madeira, de fontes ilegais provenientes de qualquer estado dos Estados Unidos (a legislação estabeleceria, ainda, várias penalidades para violações da lei, inclusive o confisco de produtos e navios, multas e penas privativas de liberdade), e de que forma a referida lei poderia desempenhar um papel fundamental à proteção da Amazônia, justamente por proibir a entrada e a comercialização de qualquer produto que não esteja em pleno acordo com as leis brasileiras.

Destacou, ainda, que os documentos recebidos do Ibama teriam criado uma situação confusa para as autoridades dos Estados Unidos, pois teriam constatado possíveis irregularidades em relação às exportações apreendidas no porto de "Savannah"

A Tradelink é uma das empresas investigadas. Há outras. Entenderam o ponto? A embaixada americana estava dizendo ao órgão oficial de controle ambiental que este não estava seguindo as próprias regras. E agora vem a questão realmente sensacional. O Ibama resolveu informar à embaixada os truques a que tinha recorrido para tornar legal o ilegal. Segue outro trecho de relato da PF:

Em 25/02/2020, a Embaixada dos Estado Unidos, por meio do adido Bryan Landry, recebeu uma cópia do Despacho n. 7036900/2020-GABIN, denominado de "despacho interpretativo", firmado pelo Presidente do IBAMA (Eduardo Fortunato Bim).
(...)
A autoridade policial destacou, em síntese, que o Presidente do IBAMA, por meio do referido documento, teria fixado uma orientação geral no sentido de dispensar a necessidade de autorização específica para exportação dos produtos e subprodutos florestais de origem nativa em geral, em descompasso com o estabelecido na Instrução Normativa n. 15/2011, do IBAMA (Anexo VII). Ainda segundo ele, a legalidade da exportação seria atestada apenas pelo Documento de Origem Florestal (DOF), extraído de sistemas do Ibama, ou pela Guia Florestal (GF), expedida pelos órgãos ambientais estaduais.

Por fim, a autoridade policial asseverou que a referida empresa "TRADELINK MADEIRAS LTDA" seria uma infratora contumaz, possuindo inúmeras autuações que, somadas, totalizariam R$ 7.866.609,04 (sete milhões, oitocentos e sessenta e seis mil, seiscentos e nove reais e quatro centavos), além de ter noticiado a existência de cinco comunicações de operações suspeitas objeto do RIF n. 60204.2.2536.4046, de 20/04/2021 (Anexo VI), elaborado mediante solicitação da autoridade policial (SEI-C 80048, período compreendido entre 01/01/2016 a 19/04/2021).

O TRUQUE
Vale dizer: o presidente do Ibama resolveu eliminar a autorização para a exportação de maneira, bastando, então, o documento que autoriza o transporte. Na decisão desta quarta, o ministro Alexandre de Moraes tornou sem efeito o "despacho interpretativo" e restabeleceu a Instrução Normativa que obriga a emissão da autorização.

Ao todo, Moraes determinou 35 mandados de busca de apreensão. O eixo da investigação é a facilitação de contrabando de madeira, no curso do qual nada menos de nove crimes teriam sido cometidos, inclusive o de formação de organização criminosa.

Toda a cúpula do Meio Ambiente está sob investigação, a saber:
1: Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente;

2: Walter Mendes Magalhães Júnior: foi nomeado por Salles Superintendente Regional do Ibama no Pará em 08/10/2019, cargo em que permaneceu até 29/04/2020, quando foi promovido pelo ministro a Coordenador-geral de Fiscalização;

3: Olivandi Alves Azevedo Borges: No IBAMA, foi nomeado por Salles Diretor de Proteção Ambiental entre 10 de janeiro de 2019 e 13 de abril de 2020, quando foi promovido a secretário adjunto de Biodiversidade;

4: João Pessoa Riograndense Moreira Júnior: diretor Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas;

5: Rafael Freire de Macedo: é analista ambiental do Ibama. Na condição de substituto de João Pessoa Riograndense Moreira Júnior, foi o responsável por elaborar e assinar o "Ofício n. 7/2020/DBFLO" de 09/01/2020, que atestou a regularidade da carga da empresa "EBATA PRODUTOS FLORESTAIS LTDA" associada à "AIMEX", apreendida pelas autoridades americanas.

6: Eduardo Fortunato Bim, é o atual Presidente do Ibama, afastado do cargo por Moraes;

7: Olímpio Ferreira Magalhães: foi nomeado por Salles Superintendente do Ibama no Amazonas e posteriormente promovido para a diretor de Proteção Ambiental (DIPRO);

8: Leslie Nelson Jardim Tavares: é servidor de carreira do Ibama e foi nomeado por Salles Coordenador de Operações de Fiscalização (COFIS), em substituição a Hugo Ferreira Netto Loss, que foi exonerado após coordenar operação contra garimpo ilegal em terras indígenas no Pará;

9: André Heleno Azevedo Silveira: é oriundo da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e foi nomeado por Salles Coordenador de Inteligência de Fiscalização desde 20/08/2020;

10: Artur Vallinoto Bastos: é analista ambiental do Ibama em Belém/PA e foi o responsável pela emissão da "Autorização para Exportação n. 85/2020-NUFIS-PA/DITEC-PA/SUPES-PA", relativa à exportação de carga de madeira da empresa "WIZI INDÚSTRIA COMÉRCIO E EXPORTAÇÃO DE MADEIRAS LTDA", em 23/01/2020;

11: Leopoldo Penteado Butkiewicz: é o atual assessor especial do ministro do Meio Ambiente;

12: Wagner Tadeu Matiota: foi nomeado por Salles Superintendente de Apuração de Infrações Ambientais em 09/12/2020.

Também são investigadas as seguintes pessoas jurídicas:
13: Confloresta - Associação Brasileira das Empresas Concessionárias Florestais;

14: Aimex - Associação das Indústrias Exportadoras De Madeira no Pará;

15: Ebata Produtos Florestais Ltda";

16: Wizi Indústria Comércio e Exportação de Madeiras Ltda;

17: Tradelink Madeiras Ltda.

Foram ainda alvos de mandados de busca de apreensão, além das pessoas e empresas relacionadas acima:
18: Leônidas Dahás Jorge de Souza;

19: Leonidas Ernesto de Souza;

20: Esdras Heli de Souza;

21: David Pereira Serfaty;

22: Leon Robert Weich;

23: Jadir Antonio Zilio

SIGILOS QUEBRADOS E SUSPENSÃO DA FUNÇÃO PÚBLICA
Todas as pessoas físicas e jurídicas -- incluindo, claro!, o ministro Ricardo Salles e o presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, tiveram os sigilos fiscal e bancário quebrados correspondentes ao período entre 01/01/2018 a 12/05/2021.

Sobre Salles, escreve Moraes:
"A esse respeito, a representação ainda aponta a possível existência de indícios de participação do Ministro do Meio Ambiente, Ricardo de Aquino Salles, em razão de comunicações ao COAF por operações suspeitas realizadas, também nos últimos anos, por intermédio do escritório de advocacia do qual o referido Ministro de Estado é sócio",

Todos os membros da cúpula do Ibama, incluindo o seu presidente, e do Ministério do Meio Ambiente, exceção feita a Salles, estão afastados do cargo, conforme prevê o Inciso VI do Artigo 319 do Código de Processo Penal:
"VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais."

Salles, o machão, foi à sede à Superintendência da Polícia Federal em Brasília, acompanhado de uma segurança armado, para obter informações. Foi inútil. A investigação está sob sigilo.

A integra da decisão de Moraes está aqui.

Por Reinaldo Azevedo

terça-feira, 18 de maio de 2021

Bolsonaro, o "incomível", e a sexualidade primitiva, oralizada e tirana



O Jair Bolsonaro que diz estar muito preocupado com a pedofilia (leia artigo) é o político que, ao longo da história, mais apelou a uma linguagem sexualizada. Coloca-se sempre no papel do macho que não nega fogo. Tem a óbvia necessidade de dizer ao público — e, portanto, a si mesmo — que é viril, sexualmente potente, "imbrochável".

quinta-feira, 6 de maio de 2021

Em um ano, mortes tiveram aumento de 4.533%. Mas Bolsonaro repete discurso



No dia 7 de maio do ano passado, Jair Bolsonaro atravessou a Praça dos Três Poderes, em companhia de Paulo Guedes, do general Luiz Eduardo Ramos e de um grupo de empresários para ir falar com Dias Toffoli, que presidia o Supremo. O grupo tinha uma porção de reclamações a fazer contra as medidas de restrição de circulação em curso no país. O chefe do Executivo resolveu impressionar o presidente do tribunal com uma frase de efeito: "Nós temos um bem muito maior até que a própria vida, se me permite falar isso: é a nossa própria liberdade". Total acumulado de mortos por Covid-19 até aquele dia: 9.146.

sexta-feira, 30 de abril de 2021

Assembleia aprova plano de Doria para criar Bolsa do Povo com repasses de até R$ 500



A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou nesta quinta-feira (29) o programa de auxílio social Bolsa do Povo, proposto pelo governador João Doria (PSDB) em meio aos embates com o presidente Jair Bolsonaro diante das crises sanitária e econômica na pandemia da Covid-19.

O projeto prevê repasses de até R$ 500 por pessoa por meio da ampliação e unificação de outros programas já existentes e desenvolvidos pelo Executivo paulista. A aprovação do projeto contou com os votos de 65 deputados —outros 6 foram contrários. (...)

quinta-feira, 29 de abril de 2021

País se torna monarquia, reina a esculhambação



Tornou-se comum no Brasil ouvir reclamações sobre a judicialização da política. Observa-se no momento o inverso: a politização da Justiça. Para o bem e para o mal, o Supremo Tribunal Federal se mete com incômoda frequência nos rumos da conjuntura política e no cotidiano do governo federal. A política brasileira opera sob os reflexos do 'Fator STF'. Submetido a ordens cada vez mais frequentes de ministros da Suprema Corte, o Poder Executivo faz por pressão o que se absteve de realizar por opção. (...)

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Nome do desastre ambiental do Brasil é Bolsonaro, Salles é apenas o apelido

 


Com altos e baixos, o Brasil vinha conquistando uma imagem de mocinho ambiental desde a Eco-92, a conferência mundial das Nações Unidas sobre meio ambiente que o Rio de Janeiro sediou. Sob Bolsonaro, tornou-se rapidamente um vilão planetário. Chegou à Cúpula do Clima convocada por Joe Biden nessa condição agindo com um método inusual.


A cloroquina é a kryptonita do Exército Brasileiro! Desastre moral e mortal



O Exército viabilizou recursos públicos para a ampliação da produção de cloroquina dois dias depois de o presidente Jair Bolsonaro determinar ao então ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, o aumento da fabricação da droga. A aposta num medicamento sem eficácia para Covid-19 contou com o aval do general Edson Leal Pujol, que comandava o Exército naquele momento. O dinheiro foi destravado a partir do DGP (Departamento-Geral do Pessoal) quando a unidade era chefiada pelo general Artur Costa Moura. (...)

segunda-feira, 12 de abril de 2021

Governo gastou R$ 125 milhões em compras de Tamiflu e pagou até 33% a mais na cápsula



O Ministério da Saúde gastou R$ 125 milhões com o Tamiflu, um medicamento que combate os efeitos da gripe e não tem eficácia para a Covid-19. A pasta comprou 28 milhões de cápsulas e pagou até R$ 5,33 por dose, ante R$ 4 antes da pandemia, uma diferença de 33,2%. (...)

Bolsonaro e Kajuru tramam contra o Legislativo e o Supremo



Depois do alçapão que havia no fundo do poço, ainda se escondia um abismo secreto. É estupefaciente! O senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) divulgou uma conversa que gravou com o presidente Jair Bolsonaro em que fica evidente que ambos estão:

a: conspirando contra uma CPI -- e, pois, contra o Poder Legislativo;
b: conspirando contra o próprio Supremo Tribunal Federal. (...)

Queiroga ultrapassa Pazuello em subserviência



Muitos avaliam que o Ministério da Saúde já atingiu o pior. Mas não se deve subestimar a posteridade da pasta. O fundo do poço pode ser apenas uma etapa. O general Eduardo Pazuello limitava-se a cumprir ordens do capitão. "Um manda, o outro obedece", esclareceu. O cardiologista Marcelo Queiroga conseguiu ir muito além da subserviência militar do antecessor. O doutor se diz culpado pela incivilidade sanitária de Bolsonaro: "A falha é minha, e não do presidente", declarou, em entrevista à Folha.

terça-feira, 6 de abril de 2021

Bolsonaro perto de recorde em avaliação negativa; 60% desaprovam o governo



Na pesquisa XP/Ipesp, o presidente Jair Bolsonaro está muito perto de igualar o seu recorde de ruim e péssimo, que chegou a 50% em maio do ano passado. Com o pagamento do auxílio emergencial e a esperança de que a pandemia não teria os desdobramentos devastadores a que estamos assistindo, esse índice negativo despencou para 31% em outubro. Recomeçou a subir lentamente, atingindo 35% em dezembro. Em janeiro, já estava claro que o país vivia uma segunda onda da doença: pulou para 40% e não parou mais de subir. Desta vez, 48%. (...)

Pensões de militares pioram contas, e União acumula passivo recorde de R$ 4,4 tri



A União registrou um patrimônio líquido negativo de R$ 4,4 trilhões no fim de 2020. O resultado é recorde e foi influenciado pela atualização de despesas projetadas com benefícios de militares e pela pandemia de Covid-19. ​(...)

sábado, 3 de abril de 2021

Centrão cobiça duas vice-presidências do BB



O centrão marcha sobre o organograma do governo Bolsonaro com rara desenvoltura. Não para de crescer e absorver. Já não se contenta com tudo. Quer mais um pouco. Na semana em que colocou os pés no Planalto, o centrão intensificou a pressão para obter o controle de duas das sete vice-presidências do Banco do Brasil. A prioridade do grupo é a vice-presidência que cuida do agronegócio. (...)

Indicação para o STF virou gincana evangélica



O processo de escolha do substituto de Marco Aurélio Mello no Supremo Tribunal Federal virou uma espécie de gincana para agradar os evangélicos. No seu primeiro ano de mandato, Bolsonaro avisou que uma das duas vagas que teria de preencher na Suprema Corte seria destinada a um personagem "terrivelmente evangélico." Na primeira indicação, o presidente decepcionou os seus devotos ao fugir do critério religioso. Agora, espera-se que a promessa seja cumprida. (...)

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Na live do Osama, Bolsonaro faz discurso terrorista e repete "meu Exército"



Não tivesse o país batido uma nova modalidade de recorde trágico nesta quinta — a média móvel diária de mortes por covid-19 ficou acima de 3 mil: 3.119 —, talvez fosse o caso de ignorar o conteúdo da live de Jair Bolsonaro, aquela ladainha bisonha que lembra Osama bin Laden em seu cafofo a amaldiçoar o Ocidente... (...)

Câmara reajusta em mais de 170% valor de reembolso de gastos com saúde de deputados



A Câmara dos Deputados reajustou o valor total destinado a reembolsos de gastos com saúde dos parlamentares. Agora, a Casa destinará R$ 135,4 mil para esta finalidade. O valor anterior era de R$ 50 mil, o que configura um aumento de 170,8%. (...)

quinta-feira, 1 de abril de 2021

No Dia da Mentira, um teste com 21 afirmações. Você é bobo ou esperto?



No 1o de abril, elaborei uma lista de mentiras capciosas para você pregar nos amigos e inimigos. Ou para você cair nelas. Faça o teste para saber se você é bobo ou esperto. Tem até domingo para responder. Em quantas destas afirmações você acredita? (...)

terça-feira, 30 de março de 2021

Comandantes militares colocam cargos à disposição e descartam golpismo



Os comandantes do Exército, Marinha e Força Aérea decidiram colocar seus cargos à disposição do novo ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, em uma reunião prevista para o começo da manhã desta terça (30).

Eles querem acompanhar a saída do general Fernando Azevedo da pasta, demitido pelo presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (29) após seguidas negativas de apoio político ao governo federal. (...)

Em vídeo, prefeitos narram colapso e pedem ajuda internacional para combater Covid



Prefeitos de oito cidades do país, entre elas seis capitais, pediram socorro internacional no combate à pandemia da Covid-19 em vídeo produzido e divulgado nesta segunda-feira (29) pela FNP (Frente Nacional de Prefeitos).

Na gravação, com legendas em inglês, os gestores afirmam que, se tiverem a ajuda de outros nações, poderiam disponibilizar leitos, medicamentos, testagem gratuita, vacinas e oxigênio, além de auxiliar as populações mais vulneráveis. (...)

segunda-feira, 29 de março de 2021

Nome do problema não é Araújo, mas Bolsonaro



Está evidente que o governo tem um problema. Ele tem nome e sobrenome. Se o transtorno se chamasse Ricardo Velez Rodrígues ou Abraham Weintraub, as mudanças no Ministério da Educação teriam resolvido tudo.

Se a encrenca pudesse ser chamada de Eduardo Pazuello, a saída do general da pasta da Saúde teria tranquilizado os brasileiros. (...)

sexta-feira, 26 de março de 2021

Nova vacina criada pelo Butantan é um marco e, mais uma vez, um golaço de Doria



Tudo indica que nasceu a primeira vacina inteiramente brasileira contra a Covid-19: a Butanvac, desenvolvida pelo Instituto Butantan. Não havendo percalços, será o maior feito de João Doria, governador de São Paulo, contra a doença. Numa democracia, falar em eleição não é ofensa. Trata-se apenas de lembrar uma das regras do jogo. Se ele não abrir mão da postulação, parece que será muito difícil tirá-lo da corrida presidencial — pelo PSDB ou não. (...)

quarta-feira, 24 de março de 2021

Não Teve Santo (Felicio Vitali)



Não canso de dizer que o Brasil é um país "sui generis". Na falta de um bom profissional, qualquer amador engana bem. Na falta de um ministro da saúde competente, temos uma trinca de incompetentes. Somou-se um mais dois e o resultado deu zero.

Uma semana que acabou e outra que começou sem ministros, já que os dois não valem um presidente deposto por genocídio. (...)

terça-feira, 23 de março de 2021

Coronavírus: Chefes de UTIs ligam ‘kit Covid’ a maior risco de morte no Brasil



Mais de um ano depois de a pandemia chegar ao Brasil, Bolsonaro continua defendendo a prescrição de medicamentos como hidroxicloroquina e ivermectina, embora diversas pesquisas científicas apontem que esses remédios não têm eficácia no tratamento de covid-19. (...)

Bolsonaro ainda não está convencido de que a Terra gira em torno do Sol



Que país é este, como já indagou aquele, em que uma carta de economistas, empresários e expoentes do mercado financeiro em defesa do óbvio se transforma num fato político? Lembro: o documento defende as seguintes práticas verdadeiramente revolucionárias no combate à Covid-19:

- aceleração da vacinação;
- uso de máscaras;
- distanciamento social;
- coordenação entre os Poderes e os três níveis de governo para enfrentar o contágio e a doença. (...)

Projeto de Orçamento dá a militares 22% dos investimentos e reajuste salarial



O Orçamento de 2021, previsto para ser votado esta semana com quatro meses de atraso, destina R$ 8,3 bilhões para investimentos do Ministério da Defesa, um quinto (22%) do total para todo o governo federal, segundo relatório do senador Márcio Bittar (MDB-AC) apresentado ontem. Os militares também são a única categoria que deve ser contemplada este ano com reajuste, o que deve consumir outros R$ 7,1 bilhões dos cofres públicos, enquanto todo o restante do funcionalismo está com o salário congelado até dezembro. (...)

domingo, 21 de março de 2021

Ação Direta de Irresponsabilidade



Ele nunca teve qualquer respeito pelo Congresso e demais esferas de poder, sempre fez pouco caso das instituições. (Des)governa pelas redes sociais, escorraçando qualquer um que dele ouse discordar. Agora, via uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra restrições para deter a circulação do coronavírus impostas pelos governadores do Distrito Federal, Bahia e Rio Grande do Sul, o presidente Jair Bolsonaro materializa em juridiquês a via direta que sempre desejou, sem ser atrapalhado por opositores e intermediários. (...)

'O caos vem aí', diz Bolsonaro em meio à atmosfera caótica que ele criou



Ficou todo mundo desobrigado de fazer sentido no Brasil depois que Bolsonaro disse, na última sexta-feira, que "o caos vem aí". No tempo em que as palavras ainda tinham significado, um país que executa um plano de vacinação sem vacinas, está na bica de contabilizar 300 mil mortos por um vírus, envia para a fila de espera doentes que precisam de UTI e já não consegue assegurar sedativos e oxigênio para todos os pacientes que conseguem chegar à fase da entubação... um país assim já está mergulhado no caos. (...)

sábado, 20 de março de 2021

Batata no forno



A pergunta óbvia feita em toda parte e por toda gente diante da troca de guarda (não de comando) no Ministério da Saúde é se isso corresponderá a uma mudança de atitude do presidente da República no trato da crise sanitária que levou o Brasil a um lugar degradante na cena global. Pelo conjunto da obra, Jair Bolsonaro já havia conduzido o país à situação de pária. No particular da pandemia, nos transformamos em ameaça mundial. (...)

Falta adjetivo para definir o comportamento maníaco de Jair Bolsonaro



Tem uma porção de gente sendo processada, presa ou intimidada por chamar Jair Bolsonaro ou sua política de saúde de “genocida”.

A Polícia Militar do Distrito Federal prendeu cinco rapazes. A Polícia Civil intimou Felipe Neto. Até o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, já foi processado. E tem mais um monte de gente de que a gente nem sabe. (...)

sexta-feira, 19 de março de 2021

No caos, Bolsonaro quer choque com o STF, flerta com golpe e ataca máscara



Jair Bolsonaro decidiu, mais uma vez, entrar em choque com o Supremo e voltou, em sua live do fim do mundo, a engrolar palavras ambíguas — ou nem tanto — que ameaçam o país com uma solução de força. A palavra que define tal prática é "golpe". (...)

quinta-feira, 18 de março de 2021

Bolsonaro que tanto bateu na vacina é hoje um vacino-dependente



A nova rodada de pesquisas do Datafolha não traz uma só notícia boa para o presidente Jair Bolsonaro. Nem a manutenção do índice de 30% daqueles que o avaliam positivamente é vista com otimismo no Palácio do Planalto. Análise mais aprofundada dos números mostra que os fiéis a qualquer custo, o chamado núcleo duro de admiradores, ficam em torno de 15%. (...)

Endividado? Declare-se extinto e vire uma igreja!



As igrejas andam tão preocupadas em reformar os fiéis que não encontram tempo para se reformar. Numa evidência de que Deus já não é full time, os conglomerados religiosos arrancaram do Congresso um perdão tributário estimado em R$ 1,4 bilhão. Fizeram isso sob aplausos de Bolsonaro, cujo governo está endividado até o último fio do seu cabelo, caro contribuinte. (...)

quarta-feira, 17 de março de 2021

Se o negacionismo de Bolsonaro não matasse, diria a ele: "Continue assim!"




Não fosse o negacionismo e a estupidez de Jair Bolsonaro cobrarem tão caro em vidas humanas — temos um presidente cujo discurso e prática matam pessoas —, eu diria a ele: "Continue nessa toada, valentão, e você vai quebrar a cara". Mas, como é evidente, seu comportamento influencia muita gente. E muita gente morre e mata em razão disso porque sai por aí espalhando o patógeno e contribuindo para criar cepas do vírus ainda mais contagiosas e letais. Ontem, na marcação de 24 horas, feita pelo consórcio de veículos de comunicação, contaram-se 2.798 mortes, com o sistema de saúde do país inteiro em pleno colapso. Bem, isso tem reflexos. (...)

terça-feira, 16 de março de 2021

Brasil só piora, mas finanças da família presidencial não param de melhorar



A família Bolsonaro prosperou na vida pelo trabalho duro —trabalho do contribuinte brasileiro. Jair Bolsonaro, patriarca do clã, é um defensor do patriotismo e da instituição familiar. Educou os filhos para amar a pátria. Os garotos não hesitaram em seguir os passos do pai. Adultos, casaram-se com a pátria. E foram morar no déficit público. (...)

Polícia Federal abre inquérito para apurar negócios de filho de Jair Bolsonaro



A Polícia Federal abriu nesta segunda-feira (15) um inquérito para apurar negócios envolvendo Jair Renan, filho do presidente da República.

A investigação mira uma empresa do 04 e sua atuação junto ao governo federal. (...)

sábado, 13 de março de 2021

Inimputável (Felicio Vitali)



Há dois anos assistimos as mesmas desculpas pra qualquer coisa. O culpado é sempre um outro qualquer e ele, o presidente, não pode fazer nada.
Ora está impedido por isso ou por aquilo. O cara mais poderoso do país nunca está livre pra fazer o que tem de ser feito. (...)