O provável anúncio de que os Estados Unidos colocarão dinheiro no Fundo Amazônia é um golaço. A triangulação foi diplomática. Mas a bola não teria entrado na rede sem Marina Silva. A ministra buzinou no ouvido de John Kerry, o assessor especial da Casa Banca para o Clima, que o governo americano precisava evoluir das boas intenções para a liberação do cheque. Pressionou essa tecla num encontro com Kerry na COP27, no Egito. Retomou a pregação em outra conversa, no Fórum Econômico Mundial, em Davos.
A novidade é relevante por duas razões. Primeiro porque reforça a percepção de que a comunidade internacional já se convenceu de que a política ambiental no Brasil está reconciliada com a ciência. Noruega e Alemanha, maiores financiadores do Fundo Amazônia, já haviam desobstruído o fluxo de suas doações. O anúncio é importante também porque marca a superação de uma fase em que, tomado por uma loucura ambiental, o Brasil rasgou dinheiro.
O Fundo Amazônia havia subido no telhado subiu depois que o então ministro Ricardo Salles passou a questionar a gestão dos recursos, feita sob a supervisão do BNDES. Salles desvirtuou a governança do fundo.
"Podem fazer bom uso dessa grana, o Brasil não precisa disso", declarou Bolsonaro na época em que os doadores bateram em retirada. Ele festejou o fato de que Alemanha e Noruega não iriam mais "comprar a Amazônia." Deu no que deu.
Bolsonaro alugou a soberania da Amazônia ao crime organizado. O Brasil voltou à normalidade. Parou de rasgar dinheiro.
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