Bolsonaro, durante palestra nos Estados Unidos Imagem: JOE SKIPPER/REUTERS |
A coragem de Bolsonaro revelou-se uma qualidade estranha. A valentia do capitão lhe falta exatamente no momento em que ele parece estar mais apavorado. Imaginou-se que o espetáculo mais constrangedor da Presidência de Bolsonaro seria o golpe que ele tentou executar quando o eleitor brasileiro o retirou do palco. Mas há mais e pior: depois de passar quatro anos fugindo da realidade, Bolsonaro foge da polícia.
Por enquanto, Bolsonaro se finge de turista nos Estados Unidos. Insinua que pode requerer cidadania italiana. "Sou italiano", ele disse, quando questionado na Flórida pelo jornal Corriere Della Serra. "Meu nome é Bolsonaro, meus avós eram de Pádua. Pela lei do seu país, sou italiano. Com pouquíssima burocracia, eu teria plena cidadania."
Na terra do Pateta, Bolsonaro não poderia ter soado mais patético. Há três décadas na política, declara frequentemente seu amor ao país. O amor é tão grande que ele se casou com a pátria e foi morar no déficit público. Levou junto a família.
Bolsonaro passou os últimos quatro anos repetindo o bordão "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos." Agora, num instante em que roça as grades da cadeia, Bolsonaro atenua seus pendores patrióticos. Considera-se italiano.
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