O Planalto decidiu guerrear no Supremo Tribunal Federal para reabrir as portas das estatais aos políticos. Manifestou-se por meio da Advocacia-Geral da União contra a regra que proíbe a indicação de políticos para cargos em empresas públicas e agências reguladoras. Há muitos problemas no Brasil. A Lei das Estatais, sancionada em 2016 por Michel Temer, não é um deles. O esforço do governo para virar a página da história para trás reforça a percepção de que o crime compensa no Brasil.
Em manifestação enviada ao Supremo a propósito de ação movida pelo PCdoB, a Advocacia-Geral da União sustenta que "a atividade político-partidária deve ser incentivada para todos os cidadãos e valorizada pelos Poderes constituídos, pois apenas por meio dela se alcança a participação efetiva do povo na coisa pública, o que é a base da democracia."
Lula diz que sua prioridade é o brasileiro pobre. O pobre não corrompe, não desvia verbas públicas e não lava dinheiro. Quem faz isso é a aliança que se formou entre as oligarquias política e empresarial que se juntam de vez em quando para assaltar o Estado. Virar a Lei das Estatais do avesso seria servir aos interesses da criminalidade.
Num dos debates realizados durante a campanha presidencial, Lula tonteou Bolsonaro cavalgando o tema da pandemia e dobrou os joelhos quando o adversário trouxe para o ringue a roubalheira praticada durante os governos petistas. A certa altura, Lula viu-se compelido a declarar que "pode ter havido corrupção" na Petrobras.
Lula não ignora que o dinheiro saiu pelo ladrão na Petrobras porque os ladrões foram colocados dentro da estatal como prepostos da oligarquia corrupta. As empreiteiras devolveram à petroleira R$ 6,17 bilhões roubados. Pessoas físicas restituíram mais de R$ 100 milhões. A corrupção precisa voltar no Brasil.
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