O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre Moraes, usou o discurso de diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para condenar os ataques feitos contra o sistema democrático e as eleições durante a campanha. Moraes citou a atuação de grupos organizados e declarou que os autores dos ataques serão responsabilizados.
Coube a Moraes entregar os diplomas a Lula e ao vice-presidente eleito Geraldo Alckmin. O ministro foi aplaudido em pé por aliados do futuro presidente ao entrar no plenário do TSE e também no fim do discurso. Lula vinculou o ato à garantia da democracia no Brasil após a vitória contra o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
“Essa diplomação atesta a vitória plena e incontestável da democracia e do Estado de Direito contra os ataques antidemocráticos, contra a desinformação e contra o discurso de ódio proferidos por diversos grupos organizados que, já identificados, garanto serão integralmente responsabilizados para que isso não retorne nas próximas eleições”, disse Moraes.
O presidente do TSE afirmou, mais uma vez, que não houve nenhuma fraude nas urnas eletrônicas. Até a diplomação, apoiadores de Bolsonaro realizavam protestos em frente a quartéis do Exército contra a vitória de Lula e pedindo intervenção das Forças Armadas. Moraes é um dos principais alvos de aliados do atual presidente e conduz os inquéritos que investiam ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (TSE).
“A Justiça Eleitoral se preparou para combater com eficácia eficiente e celeridade os ataques antidemocráticos ao Estado de Direito e os covardes ataques e violências pessoais aos seus membros e a todo Poder Judiciário”, disse Moraes. Ele foi aplaudido nesse momento e também quando prometeu responsabilizar os grupos que se organizaram contra o funcionamento das instituições.
Ao citar os grupos extremistas, Moraes afirmou que as redes sociais foram subvertidas para a disseminação de notícias fraudulentas e que a liberdade de expressão foi desvirtuada durante a campanha eleitoral. O magistrado vinculou a atuação a grupos contra a democracia em outros países.
“Esses grupos extremistas, criminosos e antidemocráticos pretendem a partir da ‘desinformação’ desacreditar a própria democracia, a partir do ataque aos instrumentos que concretizam o voto popular, pretendem substituir o voto popular por um regime de exceção, por uma ditadura”, disse.
O discurso do presidente do TSE durou 14 minutos, mais do que a fala do presidente diplomado, que discursou durante 12 minutos e 11 segundos. Moraes citou Martin Luther King para afirmar que a consequência do ódio e da violência é o “vazio e a mágoa” e que Lula será o presidente não apenas dos eleitores que votaram nele, mas, de todos os brasileiros.
No Estadão
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