sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Ex-devoto de Bolsonaro, Edir Macedo vive uma conversão relâmpago ao 'diabo'



Edir Macedo, o autoproclamado bispo da igreja Universal, se converteu. Até ontem, adorava Bolsonaro e demonizava Lula. Não esperou nem a posse do demônio para se converter. "Vamos olhar para a frente", disse em vídeo, antes de retirar da imagem de Lula os chifres e o rabo que havia grudado nele durante a campanha eleitoral. "Não podemos ficar com mágoa, porque é isso que o diabo quer", ensinou Edir Macedo aos mesmos fieis a quem havia recomendado antes da eleição um jejum pela vitória do capitão.

Edir Macedo controla um conglomerado que inclui uma multinacional da fé, com templos em vários países, uma rede de comunicação e um partido político, o Republicanos. Já posou ao lado de Sarney, FHC, Lula, Dilma e Bolsonaro. Visto pelo lado político, integra uma espécie de centrão evangélico. Observado pelo ângulo financeiro, administra um negócio religioso. Como todo homem de negócios, o diâmetro do bolso costuma ser maior do que o do coração.

Difícil saber o que é mais deprimente: assistir à nova adesão de Macedo a Lula, esse ex-abortista satânico, ou testemunhar o bispo saltando do naufrágio de Bolsonaro com uma pose de navio que abandona os ratos. Resta torcer para que a depravação político-empresarial-religiposa permita aos fiéis enxergar o sentido da verdadeira dimensão da fé protestante, uma experiência que tem mais chance de dar certo quando se percebe que Jesus é o melhor mediador entre Deus e o ser humano.

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