O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a esposa, Janja da Silva, após discursar na COP27, no Egito Imagem: AHMAD GHARABLI / AFP |
O discurso de Lula na COP27 teve um êxito extraordinário. Produziu aplausos na plateia que assistiu no Egito, alívio em quem acompanhou desde o Brasil e otimismo ao redor do mundo. Ninguém chega ao sucesso sozinho. Lula deve parte expressiva do seu triunfo a Bolsonaro.
Lula declarou na conferência climática da ONU exatamente o que se esperava dele. Reconheceu a "emergência climática". Prometeu combater criminosos ambientais e proteger comunidades indígenas. Comprometeu-se com o desmatamento zero sem ofender o agronegócio. Informou que cobrará compromissos financeiros assumidos pelos países ricos. Propôs uma aliança internacional contra a fome. E convidou a COP para vir ao Brasil.
Em tempos normais, seria apenas mais um discurso previsível em que Lula misturou o que já havia declarado durante a campanha a um par de frases de efeito como "o Brasil voltou" e "o mundo tem saudade do Brasil". O que tornou o pronunciamento extraordinário foram os escombros que Lula teve que escalar para se dirigir ao mundo.
A boa reação internacional serviu para realçar que parte da sociedade brasileira se habituou a conviver com o horror. Pior: 58 milhões de brasileiros queriam conceder ao horripilante mais quatro anos de mandato.
O sucesso de Lula na COP deve ser visto como a última realização do governo Bolsonaro. Agora, Lula precisa perceber rapidamente que os elementos que o levaram até o sucesso não são os mesmos que o manterão lá.
A partir de 1º de janeiro, o sucesso depende da qualidade do serviço.
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