A péssima notícia é que as instituições brasileiras não foram capazes de evitar a versão tropical do Capitólio. A ótima notícia é que, depois da invasão às sedes dos Três Poderes, em Brasília, as falanges bolsonaristas passaram a ser chamadas pelo nome adequado: terroristas. O Brasil tornou-se um lugar ideal no mapa para a implantação de uma democracia renovada. Caos não falta.
O 8 de janeiro de 2013 entrará para a história como ápice do maior atentado contra o Estado Democrático de Direito desde a restauração da democracia, há quase quatro décadas. A reconstrução institucional envolve dois estágios: a reforma das instalações depredadas do Planalto, do Congresso e do Supremo e a remoção do lixão antidemocrático.
O maior erro que se pode cometer é restringir as punições aos patriotas de acampamento, que tocam o terror em nome da família e da liberdade. A faxina será incompleta se não alcançar Bolsonaro, o pedaço do chorume que escorreu covardemente para a Disneylândia. Para ser levada a sério, a limpeza precisa incluir a punição do líder, dos financiadores e dos cúmplices da organização criminosa.
O domingo da intentona bolsonarista está gravado na conjuntura como uma linha riscada no chão. A prioridade nacional é levar à vitrine, aos tribunais e à cadeia os que pisaram fora da marca, civis e fardados. A partir de agora, é preciso distinguir os habitantes de cada lado da linha. Já não é possível confundir pacificação com impunidade. União nacional não é uma outra qualificação para anistia. Chega de contemporização.
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